sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Literatura e Experiência de Deus


Frei Betto*
fonte: Teologia Brasil Franciscano
Pela literatura, o verbo se faz carne. Embora a música seja, na minha opinião, a mais sublime das artes, a literatura é a mais sagrada. Deus a escolheu para, através dela, se revelar a nós. Escolheu uma escrita, a semítica, e um gênero próximo da ficção, pois em toda a Bíblia não há uma única aula de teologia, um ensaio doutrinário, um texto conceitual. É toda ela uma narrativa pictórica – vê-se o que se lê.
Os livros bíblicos reúnem uma sucessão de fatos históricos e alegóricos (parábolas, metáforas, aforismos), entremeados de genealogias, axiomas, provérbios, poemas (Cântico dos Cânticos e Salmos) e detalhes técnicos e ornamentais (a construção do Templo cf. 2 Crônicas).
Como frisa Herbert Schneidau, a Bíblia pode ser considerada “prosa de ficção historicizada”. Historicizada porque se distancia do universo das lendas e dos mitos, embora haja matéria-prima lendária subjacente ao Gênesis no relato sobre Davi, na saga de Jó e em parte dos Livros dos Reis.
Os autores bíblicos se afastaram, deliberadamente, do gênero épico (Homero e Virgílio), o que se explica pela rejeição do politeísmo. O que impregna a escrita bíblica é o senso de historicidade. Ela rompe com a circularidade do mundo mitológico e apresenta-nos um Deus que tem história: Javé, o Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Nela a historicidade se faz presente na descrição dos cinco primeiros dias da Criação, antes do surgimento daquele que viria a ser considerado o protagonista do processo histórico: o ser humano. Há uma evolução, simbolizada na sucessão dos seis dias.
O que faz de nós imagem e semelhança de Deus é a capacidade de amar e a linguagem. Animais também amam, tanto que certos pássaros, como os pardais, se mantêm fiéis após se acasalarem. Mas somente o ser humano possui um nível de consciência que lhe permite ordenar e expressar sentimentos, emoções, intuições e afetos. Isso nos faz semelhança divina. Deus é amor e seu afeto por nós se manifesta na linguagem contida na narrativa bíblica e na epifania do Verbo que, entre nós, se fez carne.
A escrita é uma forma de tentar organizar o caos interior. Por isso, todo artista é clone de Deus. A escrita é terapêutica, libertadora. Hélio Pellegrino, psicanalista, atribuía a minha sanidade mental no decorrer de meus anos de prisão ao fato de eu ter literalizado a vida de cadeia. O meu mundo é recriado quando lanço mão de vocábulos e regras sintáticas para dar forma e expressão ao que penso e sinto. Assim, transubstancio a realidade, projeto-me em algo que, fora de mim, não sou eu e, no entanto, traduz o meu perfil interior de um modo que eu jamais conseguiria pela simples fala.
A escrita constitui uma forma de oração, como bem sabia o salmista. A experiência de Deus antecede e ultrapassa a escrita. No entanto, o pouco que dela se sabe é por meio da escrita; raras vezes por experiência pessoal. Grandes místicos, como Buda, Jesus e Maomé, nada escreveram. O que sabemos deles e de seus ensinamentos é graças a quem teve o trabalho de redigir.
Ainda que o próprio místico possa fazê-lo, como são exemplos Plotino, Mestre Eckhart e Charles de Foucauld, há um momento em que a experiência de Deus ultrapassa os limites da palavra. É inefável. Como diz Adélia Prado, “Se um dia puder, nem escrevo um livro” (Círculo).
Não me importa a palavra, esta corriqueira,
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infrequentíssimos,
se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror (Antes do nome).
João da Cruz, patrono dos poetas espanhóis, deixou três de seus quatro livros inacabados. Tomás de Aquino considerou, após seu êxtase em Nápoles, que toda a sua obra não passava de “palha”. E não mais escreveu.
Há no enfoque adeliano uma empatia com o poema Ash-Wednesday (Quarta-feira de Cinzas), de T. S. Eliot, escrito em 1930, três anos após a conversão do poeta ao cristianismo. Na quinta parte, Eliot canta que “a palavra perdida se perdeu”, “a usada se gastou”, mas perdura no “Verbo sem palavra, o Verbo. Nas entranhas do mundo”.
Toda poesia de qualidade é polissêmica. É verso que faz emergir nosso reverso. É canto que encanta, desdobra em múltiplo o nosso ser e nos induz a encontrar aquela pessoa que realmente somos e, no entanto, em nós reside como um estranho que provoca temor e fascínio.
É à poesia que o apóstolo Paulo recorre quando, no discurso no Areópago (Atos dos Apóstolos 17, 28), expressa a nossa ontológica e visceral união com Deus: “Nele vivemos, nos movemos e existimos, como alguns dos vossos, aliás, já disseram: ‘Porque somos também de sua raça’.”
Trata-se de uma citação livre da obra Fenômenos, de Arato, poeta que viveu na Cilícia no século III a.C. O texto originário é: “Comecemos com Zeus, de que nós mortais nunca deixamos de lembrar. Porque toda rua, todo mercado está cheio de Zeus. Mesmo o mar e o porto estão cheios da divindade. Em todo lugar todo mundo é devedor a Zeus. Porque somos, na verdade, seus filhos… (Phaenomena 1-5).”
*[Autor, em parceria com Marcelo Barros, de "O amor fecunda o Universo - ecologia e espiritualidade" (Agir), entre outros livros].

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A renovação permanente

Marcelo Barros
Monge beneditino e escritor
fonte: Adital.com.br
"A Igreja reformada deve se reformar permanentemente”. Esta palavra de Lutero é recordada em todo o mundo nesses dias em que a Reforma Protestante completa mais um aniversário (31 de outubro) e prepara a celebração dos seus 500 anos (2017). Neste ano do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, podemos também comemorar os 50 anos da primeira reunião oficial de bispos católicos em que cristãos de outras Igrejas foram convidados como observadores e participantes. De fato, naqueles anos, o Concílio mudou o clima de distância entre as confissões diferentes e transformou irmãos separados em Igrejas irmãs. Isso teve consequências importantes não só para as próprias Igrejas, mas para todo o mundo. Os cristãos se uniram no apoio e participação em movimentos como a luta contra o apartheid na África do Sul e pela paz e justiça no mundo. Na América Latina, a teologia da libertação nasceu ecumênica e foi aprofundada no diálogo entre teólogos/as católicos e evangélicos/as. Em 1983, ao celebrar os 500 anos do nascimento do reformador Martinho Lutero, o papa João Paulo II afirmou que Lutero é um mestre da fé para todos os cristãos.
Se 31 de outubro foi a data simbólica da divisão das Igrejas do Ocidente, essa mesma data marcou um gesto importante de reconciliação e unidade. Neste dia, em 1999, a Igreja Católica e a Federação Luterana Mundial assinaram um acordo sobre a justificação pela fé, ponto maior da divisão no século XVI e que, hoje, não é mais motivo de divisão entre as Igrejas. Há menos de dois anos, o papa Bento XVI visitou na Alemanha o mosteiro onde Lutero viveu como monge agostiniano. Naquele lugar, junto com o presidente da Federação Luterana Mundial, o papa afirmou que Lutero era um modelo da pessoa crente que busca permanentemente a Deus, como nós todos somos chamados a fazer. Atualmente, em vários lugares do mundo, exegetas católicos e evangélicos trabalham e ensinam juntos as Sagradas Escrituras. Teólogos católicos são professores em universidades de teologia luterana e metodista. Ao mesmo tempo, professores evangélicos são mestres em universidades católicas.
O modelo de unidade que se deseja para as Igrejas não é o da uniformidade que, de todas, faria uma super-Igreja única e poderosa. Já no século III, Cipriano, bispo de Cartago, ensinava: "A unidade abole a divisão, mas respeita as diferenças”. O Conselho Mundial de Igrejas que reúne 349 Igrejas em uma fraternidade congregacional propõe como modelo de unidade "uma diversidade reconciliada”. No século XVI, ao pregar que a renovação da Igreja deve ser permanente, Lutero recordava que Jesus nos chama a uma contínua conversão de nossas vidas. A conversão pessoal e comunitária é o melhor caminho da unidade e é o único modo das Igrejas se renovarem e exercerem sua missão de diálogo com a humanidade. Jesus pediu ao Pai que seus discípulos sejam unidos, para que o mundo possa crer (Jo 17, 19- 21). Esse assunto interessa a toda a humanidade porque é verdade o que afirmou o teólogo suíço Hans Kung: "O mundo não terá paz, enquanto as religiões não aprenderem a dialogar e a conviver como irmãs e, por várias razões culturais e sociais, isso não ocorrerá se as Igrejas cristãs não derem logo o exemplo e não retomarem o caminho do diálogo e da unidade”.

sábado, 29 de setembro de 2012

“A teologia de Torres Queiruga não atenta contra a fé da Igreja”. Entrevista com Martín Gelabert Ballester

Martín Gelabert Ballester (Manacor, 1948), professor da Faculdade de Teologia de Valência, é  um teólogo sério e ponderado. Talvez, por isso, foi escolhido pelo próprio Andrés Torres Queiruga para que o acompanhasse no colóquio com a Comissão para a Doutrina da Fé. Triste, após a publicação da nota da Comissão da Doutrina da Fé da Conferência Episcopal da Espanha, o teólogo dominicano assegura que se trata somente de “uma advertência”, porque “sua teologia não atenta contra a fé da Igreja”. Também reconhece que o teólogo admoestado “é uma das grandes figuras vivas da teologia espanhola”, dos poucos “cuja obra está traduzida para o alemão” e que esta, “tanto aos simples como àqueles com maior formação, faz muito bem”.

A entrevista é de José Manuel Vidal, publicada no sítio Religión Digital, 31-03-2012. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

O que o senhor sentiu ao ler a nota do episcopado sobre algumas obras de Torres Queiruga?
A nota da Comissão Episcopal me causou uma grande tristeza, sobretudo porque sei o sofrimento pelo qual está passando Andrés. Infelizmente, a nota corre o risco de ser interpretada como uma condenação de sua teologia, indo além da sua intenção explícita, que diz que não pretende condenar, mas oferecer algumas clarificações. Porém, de fato, alguns setores a tem interpretado como uma condenação e, o que é pior, alegram-se por isso. Estas alegrias causam muito dano para a Igreja. Isto sem tocar na pouca conformidade com o Evangelho.

É, portanto, mais uma nota de advertência do que uma condenação formal?

Efetivamente, não é uma condenação formal. É uma nota de advertência, um convite para que Queiruga revise alguns aspectos de sua teologia. De fato, a nota começa dizendo que a preocupação de Torres Queiruga é louvável e, em diferentes momentos, se expressa de forma matizada. Não é fácil fazer teologia, a não ser que por teologia se entenda uma mera repetição de textos “oficiais”.

Neste caso, seguiu-se o procedimento canônico previsto? Os bispos aludem que escutaram o autor.

Para especificar: foram os bispos que escutaram a Queiruga, acompanhados do presbítero secretário da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé. Não sou canonista e não posso dizer se seguiram o procedimento canônico adequado, porém, sim, creio que existem outros procedimentos que poderiam ter seguido e que, para Andrés, seriam mais de acordo com a fraternidade eclesial. Um destes procedimentos teria sido um debate público, num fórum apropriado, com teólogos reconhecidos, de diferentes tendências, sobre a obra de Torres Queiruga.

Numa reunião que teve com alguns bispos, o senhor defendeu a obra de Queiruga. Por quê?

Eu estive na reunião ocorrida na sede da Conferência Episcopal, a pedido de Andrés Torres Queiruga. Ele quis que eu estivesse presente, como teólogo, e a comissão aceitou minha presença. Tecnicamente, quem me convidou para assistir foi o bispo presidente da Comissão, mesmo que esteja claro que os bispos aceitassem que eu estivesse ali como advogado defensor. Se eu estive na reunião foi porque pensava, e assim me manifestei, que a teologia de Torres Queiruga não atenta contra a fé da Igreja e é necessário entendê-la dentro do legítimo pluralismo teológico.

Continua defendendo o autor e a sua obra?

Sua teologia é uma tentativa de melhor compreender a fé, tendo em conta as novas problemáticas que apresentam a situação e a cultura atual. A fé é vivida por pessoas situadas e sempre suscita perguntas. Uma fé que não suscita perguntas é uma falsa fé. A teologia de Queiruga é uma tentativa honrada e séria de enfrentar as perguntas que hoje a fé lhe apresenta.

Pode-se dizer, com objetividade, que Queiruga é um dos mais importantes teólogos espanhóis e dos poucos cuja obra está traduzida para o alemão?
Sem dúvida. Eu acredito que é uma das grandes figuras vivas da teologia espanhola. Mais ainda, é um dos poucos, para não dizer o único teólogo espanhol, cuja obra está traduzida para o alemão. Torres Queiruga é valorizado e apreciado para além do mundo de língua espanhola. É um dos teólogos espanhóis mais lidos. Para mim, pessoas simples e pessoas com maior formação teológica manifestam o bem que faz a leitura dos livros de Torres Queiruga.

Condenações ou advertências, como esta, colocam em dúvida que a Igreja espanhola seja uma instituição intelectualmente apta?

Bem, a Igreja espanhola somos todos. Não se deve reduzir a Igreja a uma Comissão Episcopal. Na Igreja existe um legítimo pluralismo. Porém, é uma pena que, às vezes, apareça como uma instituição em que seus melhores pensadores são questionados e vigiados. Não digo que seja assim, digo que é uma pena que alguns a vejam assim.

Trata-se de uma desqualificação, não somente à obra de Queiruga, mas, também, à sua maneira de ser e de fazer Igreja?
Sem dúvida, muitos verão na nota uma desqualificação de uma maneira de fazer teologia. Pior ainda, Andrés sente que se questionou toda uma vida dedicada, por inteira, a este serviço eclesial importante e imprescindível como é a teologia. Existem pessoas que dão a vida pela Igreja, nos temos dado. É triste e desagradável sentir-se desqualificado publicamente. O mais lamentável é que a nota é suscetível de ser lida como um convite ao diálogo, porém, infelizmente, nos setores mais barulhentos não se verá assim. 

Como está Andrés Torres Queiruga?

Andrés se encontra tranquilo. Triste, porém, tranquilo, pelo que sei.

Acredita que o teólogo galego seguirá refletindo, publicando e repensando a fé nas categorias atuais?
Estou convencido de que seguirá adiante com sua tarefa teológica. Esta nota, dentro de pouco tempo, será algo passado para ele. Não acredito que mude muito sua forma de trabalhar, ainda que seja possível que, em alguns pontos, sinta a necessidade de introduzir matizes ou clarificações.

sexta-feira, 16 de março de 2012

A Espiritualidade do Oriente e do Ocidente - 1

INTRODUÇÃO
Inicio aqui umas reflexões onde coloco algumas aproximações entre a tradição espiritual oriental e ocidental. Estudar e conhecer  a Espiritualidade nos dá um oxigênio para uma reflexão teológica, para nossas vivências e práticas. O que é a Espiritualidade será sempre a pergunta do humano religioso. É a mesma coisa de perguntar: quem é Deus? Quem sou eu?  

O oriente quando fala de espiritualidade fala no seu aspecto místico, orante, contemplativo e verificativo; a espiritualidade é vista a partir do Espírito, deixar-se transformar num ser sagrado. A experiência espiritual passa pela mediação do conhecimento: experimentar, conhecer e depois falar.
O ocidente se preocupa mais com o “ethos”, isto é, o humano deve dar conta do espiritual a partir de valores e códigos religiosos. Ser espiritual significa ser ético. O humano ocidental é habituado primeiro a fazer o bem para depois dizer que é Deus que age em sua vida.

O oriental primeiro abraça o divino e depois, lado a lado com o mistério, parte para as práticas.
No ocidente a busca espiritual é mais doutrinal, é mais estudo.

No oriente é um conhecer intelectual mais experiencial. É saber o que se conhece. João Evangelista escreve a partir da experiência que teve de Deus. Gregório Nazianzeno diz: “Quem não sente a experiência de Deus é como um cadáver que é vestido, mas não sabe que está vestido”.

O ser espiritual é aquele que fala da experiência que tem de Deus. Quem não faz um caminho espiritual não pode falar de Deus. Tanto para o oriente como para o ocidente, espiritualidade não é qualquer coisa que alimenta a vida, mas é Alguém. É o sentimento de uma presença. Deus não é uma experiência filosófica, mas um fato de Amor.

O ocidente gosta de “fazer espiritualidade”, isto é, evidenciar movimentos, criar eventos espirituais e um mar de literatura edificante.

O oriente diz que não basta apenas fazer, mas pregar a espiritualidade e ensiná-la.
No ocidente Deus é conhecido a partir de nós; não  conhecemos  Deus como Ele é, assim como nós nos conhecemos. Há uma busca da espiritualidade para encontrar-se.

No oriente se conhece a Deus mais que a si mesmo. Mesmo com todo limite humano busca-se a substância de Deus e a energia de Deus. Esta é a alma de todo movimento espiritual do oriente.  O Sagrado sai de si, vem a nós e nos transforma. Fala-se mais do Espírito. É um contato com o Espírito, um contato que acende!  São Basílio Magno diz: “Nós conhecemos Deus em suas energias”. A essência de Deus é o Santo dos Santos que permanece escondido.

No ocidente há também uma mística profunda; a mística é um impulso para determinar projetos pessoais e comuns, para motivar grupos, criar belos textos espirituais.

No oriente, a mística leva a mente a contemplar; quanto mais contempla mais encontra a sua natureza divina.

No ocidente conhecer é amar mais; no oriente conhecer é comunhão com o divino. Tanto no oriente como no ocidente, o humano é imerso no tempo e no espaço, por isso concebe tudo no tempo e no espaço. Mas Deus está além do tempo e do espaço, por isso o humano não consegue enquadrá-lo. Deus é além de tudo o que existe. Quando se olha o sol ele cega. O excesso de conhecimento de Deus pode cegar. Deus é além do ser em si mesmo. A espiritualidade é sempre um estar diante desta verdade: união do humano com o divino e do divino com o humano para uma iluminação da existência. É criar uma disposição de espírito: Deus se revela à vida! É preciso estar nesta disposição constantemente numa aventura que tem início, mas não tem  jamais um fim. Deus não se esgota.

A tradição oriental chama isto de experiência apofática. O que é o apofatismo? É a via teológica que se realiza por negação; que se aproxima de Deus pelo indizível e pelo inacessível, pelo inefável. Este não é Deus... Deus é muito mais! A nossa experiência é muito limitada, Deus a supera. Ele é fora de qualquer conceito, vai além do conceito. Deus é potência, Deus é força! Esta experiência apofática é feita numa atmosfera contemplativa. 
fonte:http://carismafranciscano.blogspot.com/

sexta-feira, 9 de março de 2012

Com Medellín, Deus passou pela América Latina. Com quem passa agora?

Jon Sobrino
Teólogo
Fonte: Adital

Reflexão para a Quaresma 2012.

Os dez anos de Medellín (1968) a Puebla (1979) foram únicos na época moderna da Igreja Católica na América Latina, Depois, começou um declive ao que Aparecida (2007) quis colocar freio, apesar de que ainda temos muito que fazer.
Ao fazer essa avaliação, não nos fixamos na igreja tal como a analisam os sociólogos, mas nos fixamos na "passagem de Deus”. Sem dúvida, é mais difícil calibrar; porém, toca a dimensão mais profunda da Igreja e ao serviço de que ela deve estar. Definitivamente, qual a contribuição que ela dá aos seres humanos e ao mundo como um todo. E, obviamente, temos que perguntar-nos "que Deus” é esse que passa pela história em um momento dado.
Medellín
Foi um salto qualitativo. Os pobres irromperam e, neles, Deus irrompeu. Foi um fato fundante que penetrou na fé de muitos e configurou a Igreja.
Surpreendentemente, para a assembleia de bispos, a prioridade não foi da igreja em si mesma; foi do mundo dos pobres e vítimas; isto é, da criação de Deus. Suas primeiras palavras proclamam a realidade do continente: "uma pobreza massiva produto da injustiça”. Os bispos atuaram, antes de tudo, como seres humanos e deixaram falar a realidade que clamava aos céus. São os clamores que Deus escutou no Êxodo; o fizeram sair de si mesmo e, decididamente, entrou na história. Da mesma forma, com Medellín, Deus entrou na história latino-americana.
A partir dessa irrupção dos pobres e de Deus neles, Medellín pensou o que é ser Igreja, qual é sua identidade e missão fundamental e qual deve ser seu modo de estar em um mundo de pobres. A resposta foi "uma igreja dos pobres”, semelhante à ilusão que tiveram João XXIII e o cardeal Lercaro. No Concílio, não prosperou; em Medellín, sim. A Igreja sentiu compaixão pelos oprimidos e decidiu trabalhar por sua libertação. Por muitos, com maior ou menor consciência explícita, foi acolhida como bênção. Por outros, foi percebida, com razão, como grave perigo.
Logo o poder reagiu. Em 1968, Nelson Rockfeller escreveu um relatório sobre o que estava acontecendo, e essa Igreja, nova e perigosa, tinha que ser debilitada e freada; o mesmo aconteceu no começo da administração Reagan. Oligarquias com o capital, com exércitos, esquadrões da morte, desencadearam uma perseguição contra a Igreja, desconhecida na história da América Latina. A perseguição reiterada deixou às claras a novidade e o evangélico que estava acontecendo: A Igreja de Medellín estava com o povo pobre e perseguido e teve a sua mesma sorte. Milhares foram assassinados, entre eles meia dezena de bispos, dezenas de sacerdotes, religiosos e religiosas, e uma multidão de leigos, mulheres e homens. Com limitações, erros e pecados, era uma Igreja muito mais casta do que meretriz; muito mais evangélica do que mundana.
No interior da Igreja Católica, Paulo VI propiciou e animou essa nova Igreja; porém, altas personalidades da Cúria Romana e de outras cúrias locais a desqualificaram, trataram mal e injustamente a seus representantes, também a bispos e desenharam uma igreja alternativa, diferente e contrária, mais devocional, intimista, de movimentos, submissos a defensores da hierarquia. E o que teria que ser evitado era que a Igreja voltasse a entrar em conflito com os poderosos. A igreja popular, nascida ao redor de Medellín, crente e lúcida, de comunidades de base, que vivia a pobreza do continente, sofreu a dupla perseguição do mundo opressor e, com alguma frequência, da própria igreja.
Uma Igreja assim foi testemunha e seguidora de Jesus de Nazaré. Encarnada, defensora e companheira dos pobres; carregava a cruz e, com frequência, nela morria. Anunciou a Boa Notícia, como Jesus na Sinagoga de Nazaré. Teve seus "doze apóstolos”, os Padres da igreja latino-americana, com Dom Helder Camara, um dos pioneiros; com Enrique Angelelli, Dom Sergio Méndez Arceo, Leonidas Proaño, Dom Romero, pastor e mártir do continente e outros. Chegou a ser ekklesia, na qual mulheres e homens, religiosas e leigos, latino-americanos e estrangeiros chegaram a formar corpo eclesial, uma grnade comunidade de vida e missão. Entre os de casa e os de longe, gerou-se uma solidariedade nunca vista. Cresceu a esperança e o gozo. E do amor dos mártires nasceu uma brisa de ressurreição, alheia a toda alienação, que voltava a remeter à história para nela viver como ressuscitados.
Nessa Igreja, soprava o Espírito, o espírito de Jesus e o espírito dos pobres. Esse espírito inspirava oração, liturgia, música, arte. E também inspirava homilias proféticas, cartas pastorais lúcidas, textos teológicos de casa; não textos simplesmente importados que não haviam passado pelo crisol de Medellín.
No centro de tudo estava o evangelho de Jesus. Lucas 4,16: "Eu vim para anunciar a boa notícia aos pobres, para libertar os cativos”. Mateus 25,36-41: "Tive fome e me deram de comer”. João 15,13: "Ninguém tem mais amor do que o que dá a vida pelos irmãos”. E Jesus de Nazaré, o crucificado ressuscitado, Atos dos Apóstolos, 2,23: "A quem vocês mataram, Deus devolveu à vida”.
E agora?
Pesquisas, estudos sociológicos e antropológicos, econômicos e políticos oferecem dados e explicações sobre a Igreja Católica e outras igrejas cristãs. Nos dizem se subimos ou baixamos em número e em fluxo na sociedade. A partir dessa perspectiva, nada tenho que acrescentar. E estritamente falando, tampouco é minha maior preocupação qual será o futuro do que chamamos "Igreja”, apesar de que nela tenho vivido e vivo, e me acostumei a pertencer à família.
O que me interessa e alegra é que "Deus passe por esse mundo”. E a razão é simples. O mundo está "gravemente enfermo”, dizia Ellacuría, "enfermo de morte”, diz Jean Ziegler. Isto é, necessita de salvação e cura. Por isso, como crente e como ser humano, desejo que "Deus passe por esse mundo”, pois essa passagem sempre traz salvação às pessoas e ao mundo em seu conjunto. Tivemos a sorte de sentir essa passagem de Deus com Medellín, com Dom Romero, com muitas comunidades populares. Com muitas pessoas boas, simples, em sua maioria. Com uma plêiade de mártires. E também, apesar de que isso só se pode sentir "em um difícil ato de fé”, como dizia Ellacuría ao explicar a salvação que traz o servo sofredor de Isaías, com o povo crucificado.
Como estamos hoje? Seria cometer um grave erro cair em simplismos sobre coisas tão serias. Seria injusto não ver o bom que, de muitas formas, existe nas igrejas. E seria arrogante não tentar descobri-lo, apesar de que, às vezes, se esconda por trás de uma capa que não remete com clareza a Jesus de Nazaré. De todo modo, a passagem de "Deus” sempre será mistério inescrutável, e somente com o máximo de respeito a todos os seres humanos podemos falar disso. Porém, com todas essas cautelas algo se pode dizer. Mencionaremos as realidades dos fieis e de suas comunidades; porém, temos em mente, sobretudo, às instâncias, altas em hierarquia, historicamente muito responsáveis pelo que acontece, e às que não se pode pedir contas com eficácia. Com simplicidade, dou minha visão pessoal.
De diversas formas, abunda o pentecostalismo, como forma de igreja distante dos problemas reais de vida e morte das maiorias, apesar de que traz ânimo e consolo aos pobres, o que não é desdenhar quando não têm onde apoiar-se para que sua vida tenha sentido – distinta é a situação em classes mais bem de vida. Prolifera um grande número de movimentos, dezenas deles, proliferam os meios de comunicação das igrejas, emissoras de rádio e TV, submissos em excesso a ideais e normas que provêm de cúrias, sem dar sensação de liberdade para que eles mesmos tomem em suas mãos o evangelho que anuncia a boa nova para os pobres, em forma de justiça, e sem suspeitar da necessidade de um estudo, reflexivo, minimamente científico, da Palavra de Deus, e, em geral, da teologia que o Vaticano II e Medellín propiciaram. Proliferam devoções de todo tipo, as de antes e as de agora. Jesus de Nazaré, o que passou fazendo o bem e morreu crucificado, é deixado de lado com facilidade em favor do menino Jesus, seja de Atocha, de Praga, o Deus menino, dito com grande respeito. Com facilidade se dilui o Jesus forte da Galileia, do Jordão; o profeta de denúncias ao redor do templo de Jerusalém em favor de devoções baseadas em aparições, com um transfundo sentimental e melífluo em excesso. Falando com simplicidade, a divina providência pode atrair mais do que o Pai de Jesus, o Filho que é Jesus de Nazaré, e o Espírito Santo, que é Senhor e doador de vida, e Pai dos pobres, como se canta no hino de Pentecostes.
Hoje, em seu conjunto, é difícil encontrar na Igreja a liberdade dos filhos e filhas de Deus, a liberdade ante o poder, que não por ser sagrado deixa de ser poder. Nota-se a excessivo servilismo e submissão a tudo o que seja hierarquia, o que chega a converter-se em medo paralisante. A partir das instâncias de poder eclesial, aponta o triunfalismo e o que chamo a pastoral da apoteose, multitudinária, midiática. Em muitos seminários, o discorrer e pensar são substituídos pelo memorizar. Nas reuniões do clero, pelo que sabemos, as perguntas, a discussão e o debate são substituídos pelo silêncio. As cartas pastorais dos anos 70 e 80 –verdadeiro orgulho das igrejas, que reverdecem de vez em quando, na Guatemala, por exemplo- são substituídas por breves mensagens, cheias de modos e comedidas, com argumentos tomados das últimas encíclicas do papa. O centro institucional não parece estar na América Latina, mas na distante Roma. Tudo isso está dito com respeito.
Como será a passagem de Deus pela América Latina e com quem passará está por ver-se, e, definitivamente, é coisa de Deus. Porém, é coisa nossa desejá-lo, trabalhar por isso e aprender a forma como se deu no passado, em Medellín.
Bom é saber e analisar os vai-e-vem dos fieis e o influxo das Igrejas na sociedade. Pelo que dizem os dados, em ambas as coisas, a Igreja Católica vai a menos. Porém, devemos ter presentes as raízes de cuja seiva tem vivido a passagem de Deus. E regá-la humildemente, com águas vivas.
Ainda estamos por ver o que acontecerá com nossa igreja e com todas as igrejas. Meu desejo é que, aconteça o que acontecer, seja para colocar-se a serviço da passagem de Deus por esse mundo, o Deus de Jesus, compassivo, profeta e crucificado. E o Deus doador de esperança.
Estas são as perguntas que sempre podemos fazer. Porém, quem sabe é bom fazê-las no começo da quaresma. Esse tempo nos exige resistência para caminhar rumo a Jerusalém. E nos oferece esperança de encontrar-nos com Jesus crucificado e ressuscitado.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Santo Tomás de Aquino


                                   Júlio Lázaro Torma*

  No dia 28 de Janeiro, celebramos o aniversário de Santo Tomás de Aquino, o " Doctor Angelicus" o pai da boa teologia.
  Tomás de Aquino nasceu entre 1224-25, em Roccasecca, no Reino de Nápoles, filho do Conde Landolfo de Aquino e de Teodora de Teata de origem normanda.Foi o caçula de sete irmãos.
  Ainda pequeno foi batizado pelo Papa Honório III ( 1216-1227),aos cinco anos é enviado para o Mosteiro de Montecassino, onde era abade o seu tio paterno Sinibaldo entre 1230-1239.
  Aos 14 anos vai a Nápoles estudar artes liberais na Universidade,e tem contato com a Ordem Dominicana e ingressa no convento dominicano desta cidade, onde veste o hábito dominicano em abril de 1244.Em maio quando ia a Roma foi seqüestrado pela familia e retido no Castelo de San Giovanni Campano, onde ficou preso até o verão de 1245.
  Casos de prisões, eram freqüentes como havia ocorrido com São Martinho e São Francisco de Assis( 1181/82-1226), para faze-los abandonar a vocação.
   Na época entrar para a Ordem  dos Freis Dominicanos não era de bom grado para as familias tradicionais.Como Tomás era nascido em berço nobre, fora mandado pelos pais a celebre abadia de Montecassino, a mãe do monaquismo ocidental, onde deveria ali realizar seus estudos e logo em seguida vestir o hábito beneditino.
  Tomás não excitou, tornando-se frade da nova ordem dos pregadores.Optou por uma vida além de carente de grandeza histórica da vida monacal, parecia, a muitos suspeita de uma série de heresia.
  Retorna para o convento de Nápoles e é enviado para Paris onde fica até o verão de 1248, para terminar o noviciado e continuar os estudos.foi discípulo de Alberto Magno, que estava nesta época lecionando em Paris.Quando chegou em Paris já tinha duas obras escritas no ramo filosófico escrito no confinamento de Roccasecca," De fallaciss e De propositionibus modalibus".
  Em 1248 a 1252 estuda em Colônia junto a Alberto Magno, cuja influência sobre o jovem Tomás foi imensa especialmente no tocante a preparação filosófica, foi ele que introduziu na filosofia de Aristóteles.
  Em Colônia escreveu comentários sobre os Livros de Jeremias e Lamentações, como bacharel bíblico.Ordena se presbítero em 1250-51.
  Retorna a Paris em 1252, como bacharel sentenciário cargo que exerceu por quatro anos até 1256.Nesta época surge a polêmica na Universidade de Paris entre os mestres seculares e mendigantes( dominicanos e franciscanos).
  Escreve as obras: " De ente et essentia" e " De principiis naturae ad fratrem Sylvestrem", aparece o seu primeiro livro" Scriptum superquatour libris Sententiarum Magistri Petri Lombardi( 1254-1259).Recebe o título de mestre em 1256, mas não pode ocupar a sua cátedra até agosto de 1257, neste período escreve as " Quaestiones disputatae De veritate".
  Retorna a Nápoles em 1259 e vai em 1261 para a corte Papal em Orveto( 1261-65), Roma (1265-67) e Viterbo( 1267-68),durante os pontificados de Urbano IV e Clemente IV.
   Onde se encontra com Guilherme de Moeberk, tradutor das obras gregas para o latim, provavelmente em Roma ou Viterbo.
  Neste período escreve as obras " Summa contra Gentiles", a primeira parte da " Summa Theologiae" e as " Questiones disputatae De malo", " De potentia" e " De spiritualibus creaturis".
  No inicio de 1269, retorna a Paris, onde ocupa pela segunda vez na Universidade de Paris, até 1272.
  Neste período surge o segundo conflito entre os mestres seculares e os mendigantes, aparece o " aristotelismo heterodoxo", nas classes da Faculdade de Artes.
  Surge os comentários de Tomas sobre Aristóteles:" Super Physicam"," Super Metaphysicam"," Sententiae libri Ethiecorum" e " Sententia super de anima", entre outros escritos polêmicos:" Questio disputata De anima", " De aeternitate mundi contra murmurantes" e " De unitate intellectus contra averroistas.
  Quanto aos comentários Tomás fez a reeleitura principalmente das obras de Aristóteles, Boécio e Pseudo Dionísio.
  Disputa com os averroistas de Siger de Brabante e os aristotélicos radicais e tem dificuldade com o agostianismo neo platônico, defendido pelos mestres franciscanos.
  No ano de 1272, parte de Paris e retorna a Nápoles.Assiste em 1273 o capitulo da Ordem em Florença, sendo encarregado de instalar um Studium Generale ( estudo geral) em Nápoles.
  Durante a Quaresma deste ano prega os seus sermões sobre o Credo, sobre o Pai Nosso, sobre a Ave Maria e sobre o Decálogo.Continua a redigir o" Compendium Theologiae", iniciada em 1269, que ficou inacabado.Escreve o opúsculo "De substantiis separatis" e inicia a escrever a terceira parte da " Summa Theologiae", que ficou incompleta.
  Escreve dois ensaios filosóficos de grande valor " De Ente et Essentia" ( Sobre o Ser e a Essência) e o " De Reimine Principum " ( Sobre o Governo dos Principes) á pedido do príncipe de Malta.No primeiro fala de Metafísica e no segundo fala da Política.
  O Papa Gregório X, o convoca para participar do Concilio de Lyon, junto com São Boaventura de Bagnoregio.No dia 6 de Dezembro de 1273, teve uma alta visão de Deus e, apartir dessa data negou-se a prosseguir a sua obra teológico-filosófica, a onde queria " queimar os seus escritos".
  Morre aos 48 anos, a caminho de Lyon ( França), no dia 7 de março de 1274, no Mosteiro cisterciense de Fossanova.
   Ainda em vida viu as suas obras sendo colocadas sob suspeita de heresia, pelo uso das obras de Aristóteles, que chegaram no Ocidente via os árabes.Onde a primeira condenação ocorre em 1270.
  O Bispo de Paris e conselheiro da Universidade  Étienne Tempier, instigado pelo Papa João XXI, começa a fazer a limpeza da Universidade, onde condena em 1277, as teses de Averróis.São condenados 219 teses de Tomás de Aquino e dos partidários arrostas e avicenitas.
  As teses censuradas eram antiverroistas, dos embates entre Tomás e oa averroistas.O Papa João XXII o canonizou em 1323, o Bispo de Paris Étienne Bourret (1324), anula em parte as condenações as obras feitas por Tempier.
  O pensamento tomista não foi bem aceito pelos seus contemporâneos como Alberto Magno, Siger de Bradante e Roger Bacon.Ele de forma original promoveu o diálogo de tradição cristã( Sagrada Escritura, Patrística, Magistério eclesial), com a filosofia grega de Aristóteles.Foi um homem moderno no seu tempo sem sair da Igreja, onde dialogou com a ciência de seu tempo e sofrendo perseguições dos conservadores.Onde aprendeu com os mulçumanos aquilo o que ofereciam.
  Santo Tomás de Aquino" o boi mudo", nos ensina de que a Teologia para ser verdadeira deve saber estar aberta ao diálogo com o mundo e a realidade de seu tempo.NO ano de 1879 o Papa Leão XIII,incentiva o estudo da teologia de santo Tomás de Aquino, nos seminários e conventos, o que prossegue com São Pio X, e depois pelo Concilio Vaticano II.
              Bibliografia
  Bataioli, Antônio: O Pensamento de Santo Tomás de Aquino",UCPEL, 1990.
  Sgarbossa Mario, Giovanni Luigi:" Um Santo Para Cada dia"; Ed Paulus,São Paulo, 2005
  Mondin Battista: Curso de Filosofia, V 1, Ed Paulus, São Paulo, 2005
  Boni de Luis: Filosofia Medieval,sem nome da editora ou data
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  * Membro da Equipe da Pastoral Operária ( Arquidiocese de Pelotas/ RS)